Ruan David Santos Almeida


ENTENDENDO E REFLETINDO: EDUCAÇÃO NA CHINA ANTIGA E SEUS POSSÍVEIS ENSINAMENTOS  PARA O AMBIENTE ESCOLAR BRASILEIRO


Considerações Iniciais
Sabe-se que no mundo existem grandes quantidades de riquezas, quando se atribui essa ideia no cenário educacional, percebemos uma diversidade de maneiras de gerir o ensino-aprendizado. Não obstante, fica claro que um maior conhecimento das mais variadas formas de se ensinar tornaria o aprendizado algo mais amplo e consequentemente mais eficaz. Todavia, mesmo com essa constatação ainda se ver a falta de conhecimento com relação aos ensinamentos providos por civilizações de grande importância no mundo, dentre elas ressaltamos as sociedades orientais.

O pensamento oriental nos possibilita uma nova forma de ver e analisar o ambiente escolar, então por que não estudar a inovações implementadas por eles? Diante desse questionamento entramos em um novo debate, já que averígua-se com a constante queda da ideologia eurocêntrica, mesmo que lentamente, no âmbito escolar abre espaço para diversas outras possibilidades de análise histórica e consequentemente de cunho pedagógico.

Já é notada uma mudança significativa dos estudos de história e cultura afro-brasileira a partir da promulgação da lei 10639/2003 que torna obrigatório o ensino relacionado aos povos africanos. Essa movimentação é bem contundente quando tocamos na questão do ensino de história e cultura indígena estabelecido pela lei 11645/2008 que foram ambas as atribuições jurídicas que tiveram grande repercussão na maneira de se pesquisar e ensinar os conteúdos direcionados aos dois povos, que tem grande importância na formação da sociedade brasileira, e por todo o mérito do conjunto, merecem as devidas atenções e exaltações.

No entanto, a busca nesses escritos está pautada na possibilidade de se aprender com o que foi disseminado pelos orientais no contexto social e de ensino da China antiga, compreendendo que, eles são exímios exemplos de organização educacional. Discutiremos questões pontuais, concernente ao uso dos métodos perpetuados pelo filosofo chinês denominado Confúcio, e tudo aquilo que foi pregado por ele em termos de ética e moral. Partindo desse princípio serão averiguadas a contundência dos discursos perpetuados por longo período a respeito do povo oriental. Nos importa destacar também, que são culturas diferentes a brasileira em comparação com a chinesa, porém as interpretações de um nos permite diagnosticar possíveis melhorias para a outra, que neste caso é a mais necessitada, a brasileira. Congregando de tal ideologia laçaremos como abordagem final uma reflexão em formato de atividade que poderá fazer os alunos compreender na prática sobre uma civilização encantadora, a chinesa, ainda pouco percebida no livro didático e precariamente abordada no ambiente escolar brasileiro.

Para tal objetivo ser alcançado, serão utilizados como fontes bibliográficas os escritos deixado pelo filosofo Confúcio, intitulado “Os Analectos” para conhecer os pensamentos do personagem em destaque. Acrescido a isto, observaremos duas obras de grande valia para nossos escritos, se trata do trabalho de Edward Said: “Orientalismo: o oriente como invenção do ocidente” e a obra de Paulo Freire “pedagogia da autonomia” pensados para fomentar as discussões, respectivamente, de visão estereotipada a respeito do oriente, e o ensino brasileiro. Além dessas bases teóricas já indicada, se constituirá consultas nas pesquisas recentes de autores conceituados a respeito do modelo educacional gerido nos limites da China. Os apontamentos diagnosticados neste trabalho se desenvolvem também na medida que o conhecimento dos brasileiros em relação as potencialidades dos orientais ainda é limitada, sabendo disso uma maior divulgação e aprofundamento na temática torna-se cada vez mais necessária, tendo em vista a problemática lançamos nosso trabalho como forma aguçar o olhar do povo brasileiro.

Refletindo a partir da ideologia confucionista
O âmbito escolar brasileiro tem passado por uma série de modificações no decorrer do tempo, para tanto a maneira como tal foi se construindo chama bastante atenção. Visto que, na medida dos desenvolvimentos e implementações de reformas constantes no cenário de leis que regem o ensino, acaba-se promovendo uma “descontinuidade” nas bases educacionais, partindo desta premissa podemos indicar que a escola atual e tudo aquilo que permeia sua conjuntura é fruto de administrações precárias que privilegiaram outros setores, fazendo com que a entidade escolar seja considerada na atualidade uma “instituição falida”; não obstante os limites indicados para a transmissão do conhecimento também ocasionam um frustação para aqueles que estão todos os dias na sala de aula, na vivencia diária lidando com os problemas que são recorrentes em quase todo o cenário nacional, dentre eles a indisciplina. Sabendo disso, precisa-se a cada dia ser observado aquilo que vem dando certo pelo mundo, neste quesito conseguimos perceber que os chineses assim como outras nações merecem essa visibilidade. 
 
Todavia, o presente trabalho tem como objetivo trazer também informações relacionadas às contribuições deixadas na sociedade chinesa pelo filosofo Confúcio que, por conseguinte, podem ser de grande valia para estruturação de um ensino no âmbito escolar e educacional brasileiro, já que evidencia uma característica bem significativa no povo oriental, guiado pela forte disciplina e foco no meio escolar. A partir desse pressuposto torna-se importante antes de estruturar sua ideologia conhecer a história de vida, percebendo a falta de conhecimento a respeito desta figura tão importante, apresentamos Confúcio:

[K’ung Ch’iu ou K’ung Chung-ni [Kong Fuzi], comumente conhecido no Ocidente como Confúcio, ou Confucius, nasceu em 552 ou 551 a.C. e ficou órfão muito cedo. Da sua juventude pouco se sabe, exceto que era pobre e que gostava de estudar. Ele disse: “Eu era de origem humilde quando jovem. É por isso que tenho várias habilidades manuais”.] [CONFÚCIO, 1997, p.5.]

É possível se confundir bastante relação à importância concreta de um pensador, no ocidente tende-se a estudar exclusivamente a tradição greco-romana de pensamento quando se procuram pensadores da antiguidade. Entretanto, existe uma grande quantidade de reflexões de intelectuais de outras origens tão influentes quanto os ocidentais. Porém, não se pretende neste trabalho formular a ideia de que vale mais estudar uns em detrimento de outros, busca-se refletir a respeito da contundência concreta de um idealizador que reestruturou a China a partir de uma ideologia, posteriormente denominada de confucionismo.
 
Mesmo sabendo-se pouco a respeito da origem e infância de Confúcio, consegue-se compreender que seus ideais com relação à educação já vinham sendo galgados nos primeiros anos de sua vida, dentro dessa postura constata-se a constante busca por uma moral benevolente e um espirito cavalheiresco descrito como sendo bases para a formação de um homem de caráter virtuoso. Para alcançar tal postura a pessoa deveria ser ensinada a partir de preceitos de retidão; sendo assim, comtempla-se uma formação humanística diferenciada das demais, acabando por culminar em um ser humano dotado de valores jugados por ele como os mais adequados a serem seguidos.

Dentro de sua formação humanística, tal pensador procurou intensamente compreender a história de seu povo, e consequentemente entender em que os governos e dinastia precedentes há seu tempo teria obtido êxito ou falhado. O próprio examinava essas questões por perceber uma profunda instabilidade no campo político chinês durante todo esse tempo, isto acabava instigando-o a respeito de informações com relação a tal estrutura. 

Diante desse segmento ideológico de Confúcio podemos refletir a respeito da formulação de ensino brasileiro, já que se contempla em sua grande maioria a história educacional sendo regida por padrões totalmente em contraponto ao que o chinês buscava, visto que a postura social atual gerenciada por preceitos capitalistas e preconceituosos acabam em sua essência mais grotesca colocando pessoas umas contra as outras, de certa forma indicando que a acumulação de capitais tem mais valor do que a conduta moral do cidadão honrado, mesmo que isto não seja algo homogêneo nas atitudes dos brasileiros, acaba afetando de forma direta as instituições escolares que também tem dificuldades nesse gerenciamento do ensino.

Sabendo desta constatação averígua-se possibilidades diferentes no modo de ensinar e aprender. Assim conseguimos visualizar um ambiente propício para a atuação dos padrões educacionais descritos por Paulo Freire que proporciona ao docente e o discente a estrutura necessária para o desenvolvimento do ensino e aprendizado qualitativo:

Percebe-se assim, a importância do papel do educador, o mérito da paz com que viva a certeza de que faz parte de sua tarefa docente não apenas ensinar os conteúdos, mas também ensinar a pensar certo. Daí a impossibilidade de vir a tornar-se um professor crítico se, mecanicamente memorizador, é muito mais um repetidor cadenciado de frases e de ideias inertes do que um desafiador.  [Freire, 2002, p. 14].

Nesse sentido como sendo base para uma educação transformadora se ensinar a pensar de maneira crítica, justamente conjugando tal perspectiva avaliam-se os bons ideais de Confúcio como sendo algo de exímio interesse as atitudes desempenhadas no contexto pedagógico. Pois dentro de seus pensamentos de maior valorização do ensino está proposto uma estrutura que possibilita a boa atuação do professor, trazendo em seu bojo um melhor desempenho do alunato.

Enveredando o raciocínio do filosofo podemos referenciar e idealizar pensamentos oriundos de localidades diferentes, porém comungados de preceitos semelhantes. Todavia, são direcionamentos importantes, pois com suas implementações possibilitariam a formação de um sujeito formulador de ideias e consequentemente mais atuante no meio social, mas o que se percebe é que esses conhecimentos acabam atingindo a entidade educacional de maneiras diferentes, cada qual em um âmbito específico. Pois Confúcio teve como direcionamento principal os aspectos humanísticos que refletiam de maneira direta no desempenho social, já Paulo Freire idealizou o ensino enquanto um processo que necessitava de todo suporte para ocasionar em uma educação que emancipasse o indivíduo e nesse caso torna-se o próprio capacitado para atuação em sociedade, ambos complementares.

Justamente dentro dessa linha de raciocínio que se constitui um complemento no cenário de valorização do contexto educacional para o cidadão, pois como descreve Confúcio:

―Eu transmito os ensinamentos dos antigos e não invento nada de novo. Eu me apego à antiguidade com confiança e afeição; eu me atrevo a comparar-me com o nosso velho P‘ing. [CONFÚCIO, 1997, p. 80].

Sabendo da intencionalidade a base utilizada pelo filosofo pode-se perceber que, os ensinamentos repassados por ele não se baseiam em algo novo e sim se apropria e complementa uma ideologia antiga em termos de educação social, para assim alcançar seus objetivos. Nos importa nesse momento visualizar que tal base possibilitou a China alcançar novas possibilidades e se reestruturar diversas vezes, e com isso se remodelar no decorrer do tempo, para tanto sempre com atributos referenciados por Confúcio como adequados a serem preservados.

Quando se estuda essa sociedade no contexto atual evidencia-se ainda mais uma eficácia em seu papel atuante no cenário escolar, porém torna-se importante perceber as raízes oriundas e estruturantes dessa civilização que teve na base filosófica um forte refúgio para suas transformações, acentuado essa relevância descreve, Holien Gonçalves dando visibilidade a esses fatos:

A filosofia oriental teve grandes expoentes na China, como Confúcio, Buda, Mêncio, e as invenções chinesas [pólvora, bússola, etc.] marcaram sua presença nos avanços da humanidade [Bezerra, 1984, p.7]

Com um avanço em grande escala nos mais diversos setores chineses podemos compreender que as posturas idealizadas pelos pensadores produziram profundas mudanças na conjuntura do país. Nas questões referentes ao ensino-aprendizado percebemos a mesma eficiência, fazendo com que se reflita também com relação à importância dos pensamentos filosóficos para um povo que passou durante muito tempo afogado em uma estrutura que não gerava frutos; porém que a partir de mudanças ideológicas acabaram por sair da inércia.

No entanto, o que se visualiza nesse sentido também é a visão dos povos ocidentais com relação a essa sociedade, nesse quesito poderemos compreender que, a própria maneira de entender o termo “orientalismo” acabava por prejudicar uma aceitação em relação aos moldes de gerir uma sociedade, neste ponto percebe-se que a não aceitação e consequentemente a repulsa com relação a inovações nas estruturas principalmente chinesas, que não eram percebidas como agradáveis aos olhares europeus, o medo do “novo” ou “diferente” compactua e nos exibe os reais empecilhos para  a “aprovação” daquilo que já vem dando certo há tempos.

O ocidente e seus estigmas deixados no oriente
Por muito tempo o que se viu foi uma repulsa negativa com relação às sociedades orientais que eram caracterizadas pelos ocidentais como uma região não atrativa aos olhares, com uma fisionomia própria era descrita por viajantes europeus como sendo uma localidade que comportava seres exóticos, dentre outros adjetivos. Esse tipo de visão estereotipada durante muito tempo barrou qualquer relevância nos estudos direcionados a esses povos, para tanto, a imagem formulada pelos europeus não era homogênea, nesse caso variava em determinadas localidades, desta forma tinham-se relações diferentes de acordo com a região do globo, agregado ao fato de que para alguns, ser totalmente desconhecido a realidade dos orientais. Justamente nesse relacionamento destacamos a retratação europeia com relação a tais orientais, que referenciavam o continente como pertencente ou criado pelos próprios:

O Oriente era quase urna invenção europeia, e fora desde a Antiguidade um lugar de romance de seres exóticos, de memórias e paisagens obsessivas, de experiências notáveis. Estava agora desaparecendo: acontecera; de um certo modo, o seu tempo havia passado. Talvez parecesse irrelevante que os próprios orientais tivessem alguma coisa em jogo nesse processo, que mesmo no tempo de Chateaubriand e Nerval houvesse orientais vivendo lá, e que agora eram eles que estavam sofrendo; o principal, para um visitante europeu, era uma representação europeia do Oriente e da sua ruina contemporânea. [Said, 2007, P. 13]

Edward Said argumenta a respeito do que foi durante muito tempo disseminado na sociedade com relação às bases estruturais do Oriente, fazendo com que se reflita, nesse caso aos que os postulantes estereótipos acabavam por influenciar na maneira de encarar o continente. Prosseguindo na ideologia, constata-se que, o cenário educacional desenvolvido pelos chineses decorrentes de uma remodelagem em sua estrutura não foi tão apreciado por longos períodos no ocidente, justamente nessa linha de raciocínio há uma reflexão concernente aos estudos relacionados a sociedade chinesa, que tem padrões de ensino tão desenvolvido, porém pouco percebido pela população brasileira, uma das possíveis causas é o currículo que em demasia ainda privilegia a história eurocêntrica, algo diagnosticado por Bezerra:

É uma pena que a China não entre nos currículos. É uma história que coloca em evidencia as potencialidades do gênio inventivo e filosófico de um povo, assim como as profundas contradições vivenciadas pela sociedade. Um povo que consegue colocar a nu a opressão estrangeira e a dominação interna e parte para uma reorganização completa da sociedade, merece ser conhecido e estudado. [Bezerra, 1984, p.2]

É presenciado na história chinesa um profundo ato de superação do povo que durante muito tempo esteve sobre ameaças externas e ainda vive assim. Os ideais relacionados a educação acabam por desmontar também a valorização do profissional que está ligado a este ramo, estamos falando do professor que é mostrado de uma forma diferente da convencionalmente vista no Brasil, nessa tessitura os autores orientais descrevem tal ideia da seguinte maneira:

A imagem do professor na China remonta a tradição imperial de valorização e prestígio. Os professores e mestres sempre ocuparam lugar de destaque na burocracia estatal chinesa do império e os magistrados tiveram suas vozes ouvidas pelos imperadores através da história. A posição de prestígio está ligada ao complexo concurso público através do qual se acessava a burocracia, sustentada sobre valores profundamente meritocráticos, difundidos pela tradição confuciana. [Liu, 2016: 12; Zhang, 2016: 10]

Com uma base montada percebemos que a China vai se estruturar, mesmo com reformas no modelo de educação as raízes ideológicas permanecem fortes, pois devido a sua eficácia as posturas em relação a formação do sujeito tem na essência a modelagem confucionista articulada.

Proposta de atividade para debate do tema na sala de aula
Buscando ampliar mais os debates propostos no decorrer de todo o trabalho lançamos essa proposta de atividade em sala, que visa fazer com que o aluno utilize o recurso da pesquisa para entender o assunto, percebendo a fragilidade de tal conteúdo nos livros didáticos o alunato poderá materializar o conhecimento acerca da civilizações orientais com a busca na internet. Tal indicação destina-se aos alunos da 2ª série do Ensino Médio, a atividade será planejada pelo professor que deverá de acordo com suas percepções em sala direcioná-los de maneira dinâmica. A atividade se estrutura de acordo com as seguintes etapas:


  1. Primeiramente, o/a professor/a deverá explicar para a turma de maneira sucinta, quem foi Confúcio e suas principais ações na China antiga, fazendo os alunos entender a ideologia de vida do filosofo de forma clara;
  2. Logo após, o/a professor/a apresenta como exemplificação para a turma as narrativas históricas que durante tanto tempo norteavam a visão acerca da população oriental, os estereótipos empregados pelos ocidentais, tal ação se direciona a fim de que os alunos possam se aproximar da história desse povo;
  3. Em seguida, o/a professor/a pedirá para a turma se aproveitando dos mecanismos de informação, pesquisarem no rol da internet personagens importantes para o desenvolvimento do oriente, ampliando o horizonte de possibilidades desses alunos;
  4. Para finalizar a abordagem, o/a professor/a definirá uma data para apresentação e discussão das pesquisas dos alunos. O/a professor/a poderá aproveitar essa atividade para mostrar as qualidades da população oriental, de modo que a turma visualize na prática a importância do conhecimento acerca da história dessa população.





Apontamentos finais
No presente ensaio foi procurado fazer reflexões a respeito da estrutura educacional desenvolvida pelo povo oriental, tendo em vista que os próprios presenciam uma entidade escolar de grande êxito, idealizou-se como foco principal as delimitações instauradas pelos chineses, que provocaram uma extrema modificação em seu país. Foi disseminado o caráter extremamente eficaz de uma população com relação aos moldes de ensino, buscando compreender que os habitantes locais foram se modificando devido à atuação dos ideais filosóficos de Confúcio.

Com isso ficou evidente que o Oriente é um lugar de extremo exemplo para se espelhar o povo brasileiro, haja vista que o cenário educacional do país passa por grandes dificuldades em termos de ensinar e aprender, devido a isso pode tomar como base a reestruturação promovida na China para conseguir promulgar ações transformadoras no seio escolar. porém salvaguardando as características culturais de cada um podemos desenvolver novas possiblidades, conjugando a ideia de que cada lugar tem sua história, ideais e propósitos cabe ao cidadão requeri mudanças tendo em vista que as bases somente se alteram em decorrência da luta popular conjunta.



Referências
Ruan David Santos Almeida é acadêmico do curso de Licenciatura em História pela Universidade Estadual do Maranhão [UEMA], campus Caxias. Atua como pesquisador-bolsista PIBEX-UEMA. E-mail:
ruandavid569@gmail.com.

BEZERRA, Holien Gonçalves. A revolução chinesa. São Paulo: atual editora, 1984. [Livro]
CONFÚCIO. Os Analectos. São Paulo: Pensamento, 1997. [Livro]
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. [Livro]
______. Lei Nº 11.645, de 10 de março de 2008. [Lei que torna obrigatório o ensino de história e cultura dos povos africanos e indígenas]
LIU, Y. Higher Education, Meritocracy and Inequality in China. Springer, 2016. [Artigo]
SAID, Edward W. Orientalismo: o oriente como invenção do ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. [Livro]
ZHANG, Y. National College Entrance Exam in China: Perspectives on Education Quality and Equity. Beijing: Springer, 2016. [Artigo]



25 comentários:

  1. Olá, você visualiza o ensino sobre a China um desafio em sala de aula ? Ou até mesmo, como uma parte excluída do ensino de História, assim como o ensino africano foi antes da lei ?

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    1. Olá Jessica Monteiro, muito obrigado pelo comentário. Quanto as suas perguntas eu percebo sim os estudos relacionados ao oriente de forma geral como um desafio nos dias atuais, problemas como fontes e até mesmo conhecimento do docente faz com que tenhamos dificuldades de ensinar e aprender. Quanto a comparação com o ensino de história e cultura acredito que seja valida também, porem observando sempre as particularidades e discursos que são perpetuados a respeito de cada um.

      Ruan David Santos Almeida

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  2. Olá, você visualiza o ensino sobre a China um desafio em sala de aula ? Ou até mesmo, como uma parte excluída do ensino de História, assim como o ensino africano foi antes da lei ?
    JESSICA MONTEIRO VIANA DE ANDRADE

    OBS: TINHA ESQUECIIDO DE ASSINAR

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    1. Olá Jessica Monteiro, muito obrigado pelo comentário. Quanto as suas perguntas eu percebo sim os estudos relacionados ao oriente de forma geral como um desafio nos dias atuais, problemas como fontes e até mesmo conhecimento do docente faz com que tenhamos dificuldades de ensinar e aprender. Quanto a comparação com o ensino de história e cultura acredito que seja valida também, porem observando sempre as particularidades e discursos que são perpetuados a respeito de cada um.

      Ruan David Santos Almeida

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  3. Lucas Cairê Gonçalves19 de maio de 2020 às 20:41

    Boa noite, gostei do seu texto, uma temática muito interessante mas, infelizmente, pouco valorizada. Minha dúvida em questão é: a baixa oferta de disciplinas e pesquisadores da área de história do oriente, está mais afetada devido a uma baixa quantidade de fontes traduzidas ou a um pensamento, ainda retrógrado, de que o oriente é algo "esquisito" e pouco "útil" a ser estudado?

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    1. Olá Lucas Cairê Gonçalves, muito obrigado pelo comentário. No decorrer da produção dessa pesquisa eu percebi o seguinte, primeiramente, que a quantidade de obras traduzidas afeta diretamente na produção nacional relacionada ao oriente, tendo em vista que a história, assim como as outras ciências necessita de bases para uma fundamentação teórica, esta problema acaba sendo latente. Quando tocamos nessa visão do oriente como algo "esquisito", percebo que é fruto de um discurso perpetuado no decorrer do tempo, algo que rotula e faz com que até os dias atuais o oriente seja visto de maneira limitada, ou como descreve Edward Said seria uma representação criada pelo ocidente, afim de estereotipar o "outro" para diminui-lo ou mesmo como um mecanismo de controle ideológico.

      Atenciosamente
      Ruan David Santos Almeida

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  4. Olá, gostaria de saber se o ensino brasileiro agrega-se somente os aspectos de Confúcio dentre eles o humanístico, quais seriam os desempenhos educacionais no contexto do Brasil?

    Amanda Cristina Almeida Ramos Correia

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    1. Olá Amanda Cristina, muito obrigado pelo comentário. Confúcio introduz uma série de reflexões a serem feitas no âmbito social chinês, questões fortes na cultura como disciplina e postura das autoridades nós levam a indicar que os benefícios para o sistema educacional seriam diversos, ao passo que, procuramos perceber no decorrer do texto o fato de serem culturas diferentes, desenvolvidas com ideologias particulares nesse caso essas especificidades devem ser percebidas. Todavia, com ideais "novas", procurando perceber o que já vem "dando certo" no mundo podemos também conseguir melhorias na educação brasileira.

      Atenciosamente
      Ruan David Santos Almeida

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  5. Excelente texto nobre amigo.
    Quero aproveitar para extrair de você em que peso concerne, de fato a filosofia da educação Oriental na renovação dos paradigmas educacionais nas salas de aula do Brasil?

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    1. Muito obrigado pelo comentário meu caro amigo Allef Santos, percebo a filosofia como sendo um aporte de extremo valor para o contexto educacional brasileiro, destaqueis na China antiga o personagem Confúcio, filosofo e profundo influenciador da ideologia oriental. No caso do Brasil as possibilidades são extremamente abrangentes, os profissionais da educação são dotados de grande criatividade, esse texto só procura acrescentar um pouco no conhecimento acerca de um cenário pouco conhecido por nós e da maneira como o ensino é pensado dentro de tal contexto, isto desde a antiguidade.

      Obrigado novamente!

      Atenciosamente;

      Ruan David Santos Almeida

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    2. Grato pela resposta nobre amigo. Continue focando nós estudos. Seu texto está de fato muito Bom. Ancioso pelo retorno das aulas.

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    3. Obrigado meu caro amigo, ansioso pelo retorno das aulas também!

      Ruan David Santos Almeida

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  6. Primeiramente gostaria de parabenizar pelo texto, em linhas gerais acabo percebendo o pensamento confucionista como algo atual, já que, questões disciplinares e educacionais serão sempre abordadas no ensino brasileiro. A comparação realizada a respeito do pensamento de Paulo freire é de grande valia, pois demonstra que a conjuntura de ensino brasileira quando levada a sério pode alcançar um patamar elevado, assim como os das grandes potências mundiais. Mais uma vez parabéns, q linguagem do texto é acessível.

    Renato chagas Silva (Ituano/ São Paulo)

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    1. Muito obrigado pelo seu comentário Renato chagas, a ideia central do texto é realmente esse, as comparações são sempre validas na medida que agregam valor ao contexto abordado.

      Atenciosamente;
      Ruan David Santos Almeida

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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  8. Acreditando que é do próprio estudo que podemos mudar o cenário brasileiro, vemos que a China, mesmo com reformas no modelo de educação, mantém suas raízes ideológicas fortes, devido a eficácia na formação do sujeito baseada na essência do modelo confucionista. Em Cuba por exemplo vemos que após a revolução a educação foi baseada em seu grande educador José Martí, além de várias características adotadas dos melhores modelos educacionais, hoje a ilha tem uma das melhores educações mesmo com poucos recursos. Aqui no Brasil também temos o nosso patrono da educação, Paulo Freire, que pensou uma forma de ensino para a nossa realidade. Creio que com inspiração em outros modelos que funcionam como o modelo chinês e cubano a educação no Brasil tem tudo para funcionar. Porém esses modelos educacionais ganharam força após revoluções. Sabendo das dificuldades que estamos tendo em ataques contra educação do governo atual, você acha importante o professor trazer uma postura mais crítica, mais revolucionária, através de uma educação que não fique apenas em sala de aula, mas possa participar ativamente da mudança política e da sociedade. Como o pensamento de Confúcio pode nos ajudar a pensar uma educação com raízes fortes que se mantenha firme apesar da instabilidade de governos no Brasil?

    Fernando Müller

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    1. Muito obrigado pelo seu comentário Fernando Müller, você acabou tocando em um ponto muito interessante que foi destacado no texto, se trata da "descontinuidade" avistada no contexto educacional brasileiro, fruto de reformas constantes, algo que acaba por influenciar de maneira negativa. Quanto a questão do pensamento confucionista eu percebo que a raiz disciplinar averiguada ali podem ser de grande valia para o cenário brasileiro, haja vista que já ficou comprovado a sua eficacia, o professor em consonância com a sociedade são importantes justamente na formação de sujeitos formuladores de ideias diferentes das que vem sendo disseminadas no decorrer do tempo, portanto acredito que somente com a união conjunta das partes associado a pensamento educacionais melhores poderemos evoluir nesse quesito.

      Atenciosamente;
      Ruan David Santos Almeida

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  9. Willian Bonfanti do Nascimento21 de maio de 2020 às 18:55

    Olá! Parabéns pelo texto. Um questionamento que tenho, é que alguns locais não se dá uma devida atenção a historiografia oriental. Por exemplo, em minha região não "estudamos" nos muros da Universidade. Pensando nisso, como você vê o ensino de História voltado para o Oriente em nosso ensino superior principalmente?

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    1. Obrigado pelo seu comentário Willian Bonfanti, a problemática destaca por você em relação aos estudos sobre o Oriente não é restrito apenas a sua região, posso dizer que onde resido também percebo a mesma dificuldade, isto é fruto de um currículo que valoriza alguns setores e acaba excluindo outros. Entretanto cabe aos profissionais de ensino incentivarem pesquisa relacionadas a tal temática, pois somente com o conhecimento acerca do assunto podemos disseminar informações no âmbito escolar. O fomento por parte das universidades também tornam isso possível, na medida que forma profissionais conhecedores dos mais diversos contextos.

      Atenciosamente;
      Ruan David Santos Almeida

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  10. Olá boa noite.
    Quais as influências da educacao chinesa hoje na contemporaneidade nas escola?
    Assim como Brasil temos a BNCC com uma base pra nossa educação. A base da educação chinesa estaria ligada na questão dos ensinamento dos budas?
    O que o senhor teria a falar sobre a presença dos chineses no Brasil, influenciaram diretamente ou indiretamente na nossa educação?

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    1. Muito obrigado pelo seu comentário, o cerne da questão está ligado na maneira como a educação gerida na China pode servir de espelho para o âmbito escolar brasileiro. A presença de chineses no Brasil não influencia na educação local.

      Atenciosamente;
      Ruan David Santos Almeida

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  11. Silvia Helena de Lima Ramos22 de maio de 2020 às 22:26

    Neste texto fala de duas concepções de educação importantes para a aprendizagem do aluno. Citam Confúcio e Paulo Freire. Gostaria de saber se tais concepções já são implementadas no Brasil? E de que forma o fazem? Apesar de tantas reformulações educacionais brasileiras, o que se nota é uma precariedade educacional. Diante desse impasse qual seria a forma mais viável para amenizar essa situação?

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